índia é antagonicamente sinónimo de relaxar. por um lado há uma agitação nas ruas como em nenhum outro sítio. por outro, promovem muito a paz de espírito e a seneridade também como em nenhum outro sítio. mas não é nada disto que venho falar. ah, pois não. ora, nesta onda de relaxamento claro que me fui lembrar de fazer uma massagem. mal sabia para o que ia. helhó mam, is it for the bódi másságe? pois claro que era. e que comece a festa. entro na sala e diz-me ela de forma querida, mas com um sotaque indiano rude: undress. all. por favor, leiam todas as partes que escrevo em inglês com sotaque de indian english. estava eu a despir-me. até que a meio do processo, e porque estava desconfortável, lhe pergunto se posso calçar uns chanatos que ali estavam para mim. ela, já a topar que a estava a empatar para não ter que ficar mesmo tal como vim ao mundo, respondeu-me yes, yes. but undress all. respondeu com desdém porque sabia perfeitamente que eu não ia precisar dos chanatos para nada. e eu também sabia bem disso. ora, estou em pelota. mentira. estou com uma cueca linda que mais parecia uma fralda de um idoso em fase terminal. aponto para a marquesa. here? com esperança de me deitar. no no, sit (seat). seat? pronto, começam as frescuras. ora, sentei-me num banquinho de madeira. nua, apenas com a cueca/fralda de idoso em fim de vida. começa a massajar-me, acha ela, a cabeça. na verdade parecia estar a coçar-me os piolhos que não tenho. tudo isto com óleos a cheirar a caril à mistura. tenho o cabelo em papa. ok, you can go. dizia-me ela para me deitar na marquesa depois de terminar a parte de me coçar a cabeça. deito-me na marquesa. de barriga para cima. continuo apenas com a cueca de idoso em fim de vida. começa a fazer-me massagens e penso - não me vai fazer massagens nas mamas, pois não? não vai, até porque não faz sentido. claro que não vai fazer. estava em negação. toma lá com óleo de caril nas mamas que é para não estares com merdas. como é óbvio caguei-me a rir. como assim, tenho uma indiana a espalhar-me óleo de caril nas mamas? ora, claro que massajou lá o que tinha a massajar. e eu quietinha. parecia um morto em choque. lá fez o resto, pernas, braços - mal, coitada, mas fez. e às tantas mandou-me para dentro de um armário que mais parecia uma guilhotina. vim a perceber que era um género de mini sauna, mas para mais quente. perguntei-lhe. me? seat here? e ela, yes, sit (seat). contado não dá para perceber bem. aquilo era um armário tipo escrivaninha que tinha um banco lá dentro e as portas ao fechar deixavam um círculo em aberto que era onde encaixava o meu pescoço. lá estava eu, só com a cabecita de fora. e em modo slow cooking dentro daquela merda que mais parecia a antecâmara da morte. escorria-me água por todos os lados e sentia-me a derreter. abro os olhos e está a estúpida da indiana no banquinho de madeira sentada a olhar para mim. ai meu deus. pergunto quanto tempo falta? não pergunto? bom, mais vale ficar quietinha. fiquei a derreter praí durante dez minutos que pareceram uma hora. saio da antecâmara da morte. nua e derretida. e ela balbucia-me um bá, bá. e eu, bá bá? que merda é esta, bath? até que ela aponta para a casa de banho e presumi que fosse mesmo para tomar banho. estava com o cabelo em papa, cheia de óleo e transpirada até pegões por isso até fazia sentido tomar um bá. gastei o champô todo. gel de banho idem e ainda saí com óleo de caril no corpitcho. quando fui para lá não sabia para o que ia. mas voltei com a alma rejuvenescida. ai voltei, voltei. entre coçarem-me a cabeça. massajarem-me as mamas. fecharem-me numa espécie de caixão em slow cooking e com um banho no final. estou nova! agora é experimentar outra para ver se é tradição ou se tive olho para escolher esta.
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