terça-feira, 7 de abril de 2015

ser (estagiário) ou não ser? eis a questão

todo o meu encanto pelo mundo dos estágios morreu no ano passado. descobri que afinal isto não é assim tão fantástico como me fazia parecer. talvez por não ter encontrado aquilo que queria. talvez por ter andado quase um ano a encher chouriços em duas empresas diferentes. mas não foi só por isso. descobri que há muita gente (mais ainda) estúpida, frustrada e malcriada. também há muita gente que não faz um boi e recebe o seu ordenado ao fim do mês. e está a estagiária (ou mula, como queiram chamar, sendo que chamando-lhe estagiária ou mula vai dar ao mesmo: eu) a trabalhar que nem um cavalo e nem um euro para o parquímetro recebe. tudo bem. estou a ganhar experiência e currículo. claro que sim. o maior desafio é o teste à minha paciência e discernimento. bom, como estava a dizer... também há muita gente que, para além de tudo o que já disse, não sabe que a palavra "vocês" não leva cê cedilhado e que uma prateleira não é uma parteleira. há os que dizem mal de tudo (como eu agora) e os que dizem bem de tudo. ambos são igualmente insuportáveis. há os que passam os dias em frente ao computador e não conseguem sequer largar um "bom dia" perdido no ar. há os que te arregalam os olhos porque sim ou porque acordaram com os pés de fora da cama, que vai dar ao mesmo (praticamente todos os dias), e tu tens que comer e calar, porque afinal não passas de um estagiário que só está ali a empatar o bom funcionamento da empresa (ah ah ah). também há pessoas boas. educadas. que sabem escrever e te ajudam quando vêem na tua cara o ar suplicante a questionar o que fazes ali. sabem criticar o bem e o mal. mas há poucos. na verdade este mundo das empresas não é nada mais que o mundo real. há pessoas más e boas. as más que nunca vão mudar e as boas que esperemos que nunca mudem para o bem da sociedade (e da minha sanidade mental). quando entrei neste meio tinha as expectativas elevadas como qualquer miúda de dezanove anos. estava bem enganada. pelo menos por enquanto. a verdade é que mudou muita coisa. cresci e percebi que lidar com colegas de trabalho não é tão fácil quanto isso. chorei muito, mas também ri muito. e ainda bem que assim foi. que se não não estava agora aqui a escrever para vocês, meus pequenos. resumindo, não queiram trabalhar. fiquem mas é em casa a roçar o rabo pelas paredes ou então a ver o benfica com uma jola na mão. estou a brincar. não estou nada. estou sim. 

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