são sete da manhã, dormi cinco horas. outras duas vi o tempo passar enquanto me rebolava na cama de um lado para o outro. o jet lag poucas vezes perdoa os viajantes. já estou na rua e há muito movimento escondido. parece haver poucas pessoas na rua, mas estão enfiadas nas passagens fechadas, nos cafés e restaurantes. muitos ainda estão fechados, mas os que estão abertos já se lhes nota clientela como se não fossem sete da manhã de sábado. ando perdida nas ruas, demorei a encontrar o starbucks onde estou agora. também aparentemente vazio, mas cheio de pessoas. a maior parte sozinhas. não fazem barulho para além do estritamente necessário: abrir e fechar portas, teclas de computador e os passos a andar. para além disto ouve-se a música ambiente. pessoas aparecem por todos os lados, mas não as noto porque fazem por não se notar. chegam, pousam as coisas e desaparecem escada abaixo para ir fazer o pedido. é certo que aqui ninguém rouba coisa nenhuma, de outra forma não teria visto já umas três pessoas a deixar o portátil na mesa. alguns andam com um guizo à cintura e ainda não percebi porquê. duas amigas vestidas e penteadas a rigor japonês chegam com os seus frapés de matcha - são verdes e o matcha é famoso por cá. pode ser outra coisa, mas apetece-me que seja matcha para ser mais exótico. observo-as e vi uma delas falar sem a ouvir. não que esteja barulho, que não está, e muito menos sou surda - embora já tenha tido ouvidos mais capazes. mas falam baixinho, muito baixinho. estão divertidíssimas. riem e falam, mas estão em mute.
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