quando vou às lojas e restaurantes fico maluca quando me tratam por tu. mas quem são estes gajos para me tratar por tu? é por ter um ar jovial de invejar os trintões? muitas vezes até são pessoas da minha idade ou até mais novas. mas cá nos meus pensamentos, se não conheço uma pessoa e se ela me está a prestar um serviço não a trato por tu nem ela me deve tratar por tu. se é conservadorismo meu? custa-me dizer que sim. porque como todos sabem sou super rebelde e fuck the system. mas a verdade é que empaco com estas coisas. não gosto que me tratem por tu quando peço um croissant com queijo aquecido. ou quando preciso de um tamanho de uma roupa qualquer. no caso do croissant dizem-me queres pôr contribuinte? e eu. desculpe, quero pôr o quê? educação nos teus miolos? sim, quero muito. contribuinte não, obrigada. na roupa dizem-me não há em loja, mas podes pedir online. desculpe? podes o quê? não está a falar comigo de certeza. e olho para trás para ver se está lá alguém. e não está. no ano passado comprei o meu primeiro carro. dei por mim a fazer contas à vida e a perceber que até conseguia pagar um carrinho. o meu bebé de hoje. claro que vou ficar a pagá-lo até ter cento e vinte anos, mas isso não importa. bom. andei em stands a ver vários modelos, a fazer test drives. quando era a minha mãe a comprar os carros cagava para os test drives, mas agora que mete o meu dinheirinho ao barulho fiz test drives em todos os stands de lisboa - como é óbvio. é o meu dinheiro e dói muito. adiante. fui ao stand com a minha mãe ver do carro. estava a ver vários carros. cores, preços, quilómetros, etc. estava super entusiasmada com um carro num dos stands, até que se me deu um turn off que foi o palhacinho começar a tratar-me por tu. ora, pois bem. não houve negócio. vim embora chateada, a sentir-me ultrajada - quem é que este gajo pensa que é para me tratar por tu? não está a ver que vou desembolsar não sei quantos mil euros aqui? tá-se a passar? e comprei o carro a um gajo que me tratou como pessoa adulta que está a investir o seu capital - bué capital porque sou bué rica - num carro, a modos que digamos que bom. admito que seja conservadorismo do meu lado, já que todos ansiamos (e eu também) por um mundo com menos doutores, menos excelentíssimos senhores - no fundo, menos caguisse. mas isto ainda me faz confusão. e a verdade é que comprei o carro ao gajo que me tratou com modos.
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