e o trauma das festas de fim de ano? há por aí pessoas a sofrer do mesmo que eu sei. não consigo lembrar-me de um ano em que a dita pê-dê-á não tenha sido um flop. é uma noite que não gosto. por várias razões. há sempre milhares de programas, mas no final ficas apeado e juntas-te a um grupo de pessoas que nunca viste na vida. normalmente não as voltas a ver. mas depois sem te aperceberes já são amigos no facebook. porque entretanto o à vontade dos copos deu-te para aceitar os pedidos de amizade dos compinchas da passagem de ano. no ano seguinte já foram excluídos dos teus contactos e voltas a não saber quem são. na verdade nunca soubeste. outra razão que me leva a não gostar desta época festiva é a volta para casa. nunca há uma merda de um taxi. metros caput. boleias nem pensar porque vai tudo bêbado de certeza. autocarros, só se quiseres chegar ao destino final em cuecas. como já quase me aconteceu. também não gosto da passagem de ano por ser imposta. naquela noite quem não sair para os copos e para a puta da loucura é um ovo podre. é um antissocial e não sabe nada da vida. como se a passagem de ano não acontecesse todos os anos e como se o próximo ano não fosse só mais um. muitas são as resoluções. os desejos. mas depois as pessoas acham que as coisas caem do céu. exemplo: arranjar emprego. (um à parte, quando pedem os desejos pedem por favor ou são rudes e ordenam que aquilo aconteça durante o ano que se segue?). amigo, se não mexeres o rabinho não te vai aparecer uma proposta de emprego caída do céu. a não ser que sejas filho-sobrinho-neto-primo-afastado-amigo-do-primo-do-papá-ou-da-mamã de um cunhas qualquer. e isso não está correto. queres trabalho, procura. sim? enfim, banhos de champanhe vindos de pessoas aleatórias também não é algo que me agrade. tudo bem que estão todos muita felizes, mas pa, dispenso. a sério. eu sei que neste dia as pessoas sujeitam-se até a levar com merda em cima, mas por muito que tente, não consigo incluir-me nesse maralhal de pessoas demasiado felizes que até levam com merda se for preciso, porque afinal é a pê-dê-á, e é para partir tudo. todos os anos digo que não volto a festejar a passagem de ano. todos os anos me convencem do contrário. a ver se este ano consigo ficar em casa enrolada na manta a ver o ano a passar pelo mundo fora. eishh, que deprimente. vá, a ver um filme, então. ou uma série. ou simplesmente a dormir. eishh que deprimente. é. então se estiver a chover melhor para mim. sempre é mais uma desculpa para me deixarem estar sossegada.
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