domingo, 15 de novembro de 2020

a minha aldeia no meio de lisboa

se há dois anos não me sentia preparada para enfrentar o mundo sozinha - ler o texto aqui - hoje o cenário mudou. depois de dias a fio a ir ao idealista de manhã, à tarde e à noite encontrei a casa que parece ter sido feita à minha medida. quando pensava em sair de casa sabia que tinha de ser assim. não sairia para uma casa normal, sem vida e sem graça, no meio de tantas outras. até porque estava bem onde estava. mas queria dar o salto e o timing não podia ter sido melhor. vim para uma zona totalmente diferente da zona em que estava. onde estou agora há um sentimento de pertença e entreajuda que não havia no condomínio onde estava - eu e mais duzentas pessoas. sendo que não conhecia metade. e um terço não respondia ao meu bom dia. onde estou agora estão pessoas que vivem aqui há quarenta anos. é a aldeia deles. e eu sou a caçula. não têm casas de luxo nem carros de luxo. mas têm o luxo de saber quem é o vizinho do lado que não serve só quando faltam ovos para fazer um bolo. aqui não receber resposta ao bom dia não é sequer opção. tenho aqui a minha nova rede de guarda-costas. mudei-me há dois dias e já me fazem sentir em casa. isto já não é mais a aldeia deles. agora é a nossa aldeia no meio de lisboa. 

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