segunda-feira, 30 de novembro de 2020
esta é a única certeza que tenho
terça-feira, 24 de novembro de 2020
dói muito
chegar ao final do ano e perceber que só viajei em outubro para o país basco (e que não há perspetivas para a próxima viagem) deixa-me com sensações mistas. por um lado adorei - tipo, adorei, migas - e soube muito bem entrar num avião e ver sítios e pessoas diferentes. por outro, sinto-me meio em cativeiro que nem uma fiona (de dia) fechada na torre. porque há muitos anos que não viajava tão pouco num ano inteiro. no outro dia estive a ver fotografias e a recordar tempos bonitos e já teria ido a marrocos, barcelona, valência, marbella, índia, vietnam, cambodja, tailândia. e chega porque o porto não vale. e o alentejo também não. sim, sei que vocês também não têm viajado. e que isto são problemas de primeiro mundo, mas a verdade é que no primeiro mundo também existem problemas, nem tudo é rosas. ah, pois não. cada um com as suas dores. e esta dói-me particularmente com alguma intensidade. agora, talvez também seja uma forma de me preparar para os próximos anos. porque já que agora pago uma casa e vou ficar pobre, talvez o mais longe que consiga ir é até à margem sul e já meio apertada porque pago portagem. lol, brincadeirinha. qualquer coisa deixo a cadela e a gata presas a um poste no meio da autoestrada - pode ser na A5 que até dá jeito e assim resgatam-nas rapidamente, já que lá passam tantas pessoas certamente com bom coração - e assim volto a recuperar fundos para viajar. a chica nem fará tanta diferença, mas com a redução de custos da pêpa vou para a miami em primeira classe. ida e volta. durmo no melhor hotel de miami beach. e faço todas as refeições em restaurantes com pelo menos uma estrela michelin. no fundo, só me falta dar a pêpa para adoção para ser totalmente feliz. alguém lhe pega ou tenho mesmo que a deixar na autoestrada sentido lisboa/cascais?
domingo, 15 de novembro de 2020
a minha aldeia no meio de lisboa
se há dois anos não me sentia preparada para enfrentar o mundo sozinha - ler o texto aqui - hoje o cenário mudou. depois de dias a fio a ir ao idealista de manhã, à tarde e à noite encontrei a casa que parece ter sido feita à minha medida. quando pensava em sair de casa sabia que tinha de ser assim. não sairia para uma casa normal, sem vida e sem graça, no meio de tantas outras. até porque estava bem onde estava. mas queria dar o salto e o timing não podia ter sido melhor. vim para uma zona totalmente diferente da zona em que estava. onde estou agora há um sentimento de pertença e entreajuda que não havia no condomínio onde estava - eu e mais duzentas pessoas. sendo que não conhecia metade. e um terço não respondia ao meu bom dia. onde estou agora estão pessoas que vivem aqui há quarenta anos. é a aldeia deles. e eu sou a caçula. não têm casas de luxo nem carros de luxo. mas têm o luxo de saber quem é o vizinho do lado que não serve só quando faltam ovos para fazer um bolo. aqui não receber resposta ao bom dia não é sequer opção. tenho aqui a minha nova rede de guarda-costas. mudei-me há dois dias e já me fazem sentir em casa. isto já não é mais a aldeia deles. agora é a nossa aldeia no meio de lisboa.