hoje venho falar-vos do maior flagelo que vos pode acontecer durante a noite. não é cair da cama, nem bater com a cabeça na esquina da mesa de cabeceira, mesmo que seja com força. nem ter insónias. é estar a dormir tão profundamente e acordar com a puta de um zumbido de mosquito a fazer corridas do ouvido esquerdo ao direito, sem parar. porra, até se me estou a encaracolar toda só de pensar naquele zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz, com diversos níveis de tom, profundamente irritante. deitei-me praí à uma e meia da manhã. e a festa começou lá para as três, quatro. se dormi duas horas já me posso dar por contente. epa, não há som pior do que o zumbido de mosquito a entrar pelos ouvidos adentro enquanto dormimos, pois não? tentei abrir os olhos, levantei-me e fui acender a luz. vá, toca de despertar porque este mosquito vai morrer. e não há de tardar muito. o gajo andava-me a tourear. eu só via mini vultos e merdas pequenas à minha volta. ainda tinha os olhos embaciados. parecia que em vez de uma lâmpada de sessenta watts tinha um sol do meio dia no quarto. às tantas pousou e dei-lhe com umas calças de treino que estavam ali mesmo a jeito. como acordei cheia de energia a força que fiz nem deu para lhe dar uma festinha. acho que quando ainda estava a dar impulso com o braço o cabrão já tinha fugido. apaguei a luz do quarto e fui acender uma luz no corredor a ver se o despistava. toda eu a pensar em truques de como-enganar-a-puta-do-mosquito. deitei-me de novo. tudo indicava que ia ter uma noite descansada depois desta super armadilha. acho que não passaram nem cinco minutos para voltar à carga. dei chapadas em mim própria, assim bem de repente que era para o apanhar de desprevenido, pensava eu. mas antes de eu pensar em fazer isso já o bicho estava no candeeiro a mandar-me manguitos. tentava apanhá-lo no ar. punha-me debaixo do edredão. nada. puto. zero. o pânico estava instalado. sim, porque a esta altura já estava com medo de dormir. desde que comecei a escrever este texto ainda não consegui parar de me coçar. bolas, não é bom acordar assim. e nas últimas duas semanas já é praí a terceira vez. acho que não mereço. quero o frio. quero o inverno. ou então começo a dormir enrolada em papel celofane com tampões nos ouvidos. é que não preguei mais olho. de manhã vi-o pousado na minha perna pronto a sugar todas as minhas entranhas. matei-o. dei uma chapada tão grande na minha perna que acho que ficou dormente uns segundos. estou com medo de ir para a cama hoje.
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