lembram-se de eu dizer aqui que neste confinamento ia comer comida de alpista para ficar boazona como a gisele bundchen? pa. mas quem é que eu quero enganar? caramba, quem é que eu quero enganar? que chatice. é que entretanto fizeram o favor de me dar a conhecer o melhor bolo que alguma vez comi na minha vida. e agora? não, a sério. e agora? é que não sou assim tão forte. é um bolo de cenoura com brigadeiro. sim, sim. podem dizer que não é nada por aí além. mas eu sou uma miúda de gostos simples. é que neste momento estou disposta a ficar como aqueles gordalhões nojentos dos programas do TLC que passam o quarto para o piso térreo porque já não conseguem subir escadas. mas calma. calma que eu voltei a treinar. agora é todas as semanas. entre pilates, hiit - que nem sei bem o que é, mas é puxado c’mós cornos - e localizada queimo as calorias todas dos bolos todos que comer ou não? eu por acaso tenho um truque para deixar de comer estas coisas que são boas demais. querem que vos conte? então é o seguinte. comem bué essas coisas até enjoarem. depois como enjoaram deixa de vos apetecer. se isto não é a melhor dieta eu não sei. uma dieta é um comportamento a longo prazo, um modo de vida. percebem? imaginem, como bué aquele bolo agora. enjoo. passo seis meses sem querer vê-lo à frente. emagreço. passados seis meses faço o mesmo. como bué bolo. enjoo. deixa de me apetecer. emagreço. e por aí em diante. depois não digam que não sou amiga e que não me preocupo com o vosso bem estar. larguem lá os livros da não sei quantas roquette que não aprendem nada. meio ovo cozido e três amêndoas por dia não trazem felicidade a ninguém.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2021
quarta-feira, 13 de janeiro de 2021
cansaço é a palavra deste mês
hoje fui ao supermercado comprar papel higiénico e latas de atum para ver se consigo sobreviver ao segundo confinamento. esta merda já não está a ter piada nenhuma. o covid é muita giro. foi uma bonita experiência. já temos uma história para contar aos netos. ou aos cães e gatos caso não se vejam numa fotografia de família feliz nos próximos anos. mas se calhar já chega. parem lá com a brincadeira. vá, seus tontos. já aprendemos a ser mais pacientes. mais solidários. outros continuam burros, ou aliás, egoístas. que é pior. mas sobre isso já falei. as pessoas estão desanimadas. hoje quando fui ao supermercado a senhora da caixa despediu-se de mim com um boa noite e bom descanso. retribuí a forma simpática com que se despediu de mim. eis que eu penso. será que estou com uma cara - ou aliás, olhos - tão de merda que até a senhora do supermercado me diz que preciso de descansar? ou será que já estamos todos tão cansados desta brincadeira que já desejamos um bom descanso a desconhecidos? caramba. estamos a precisar de alento. se há coisa que vos garanto é que neste confinamento não volto a engordar como naqueles três meses fatídicos. ai não, não. vou comer alfaces. comida de alpista. não me apanham a comprar chocapic e a fazer bolos para queimar tempo. talvez passe na loja dos animais a comprar ração de piriquito. para mim. pode ser que assim consiga chegar ao meu principal objetivo de vida que é ficar boazona como a gisele bundchen. beijinhos, vá. vou seguir a recomendação da senhora do supermercado e vou descansar. um bom descanso para vocês. com mantas, aquecedores e botijas de água quente nos pés.
sábado, 9 de janeiro de 2021
vão votar, se faz favor.
se há passatempo que mais gosto de fazer é estar à janela. com isto entenda-se estar numa esplanada a ver as pessoas a passar. ver como se comportam, como se vestem, como falam. nos últimos tempos as esplanadas deram lugar às redes sociais. portanto, se há coisa que ainda me dá algum gosto é estar à janela nas redes sociais. a maior parte das vezes rio-me - por ser tão mau. outras acabo por ficar angustiada. o confinamento libertou as bestas que há em muitos de nós. comentários descabidos. publicações que me provocam vergonha alheia. linhas de pensamento que me deixam todos os dias surpreendida - e assustada. estas pessoas são as mesmas que continuam a fazer jantares e festas com vinte pessoas dentro de cinquenta metros quadrados porque acham que o covid não existe. é tudo teoria da conspiração e o governo quer é levar-nos à loucura e pobreza extrema. não discuto aqui decisões políticas. não me cabe a mim fazê-lo. e a quem cabe acredito que seja dos trabalhos mais complicados que alguma vez houve na esfera política dos últimos anos. qualquer coisa que se diga ou faça vai estar sempre mal. porque o povo é um eterno descontente e o povo é que sabe. mas se há coisa para a qual não acredito ter de se ser especialmente iluminado é perceber que ajuntamentos de pessoas e festas não é de todo correto quando estamos a enfrentar uma pandemia há quase um ano. no final, esta cambada de gente burra, irresponsável e egoísta - os que fizeram festas de fim de ano em casa com vinte macacos, que eu vi da minha janela - acabou de nos levar onde estamos agora. na iminência de haver novo confinamento geral. um ano não lhes deve ter chegado. e por dizer "chegado" lembrei-me que (talvez) sejam também estas pessoas apoiantes do chega. da minha janela vi também os comentários de ódio e patriotismo nas páginas do chega e do seu cabecilha. e lê-los arrepia. porque são iguais, iguais, aos comentários dos apoiantes do trump. se antes achava que o mundo estava do avesso agora não sei bem como caracterizá-lo. faltam-me as palavras. façam o favor de votar. dia vinte e quatro de janeiro mais que nunca. vão votar.