quarta-feira, 28 de outubro de 2015

empresas-fraude (hoje um pouco mais sério, mas leiam. mesmo)

hoje um tema mais sério. é um texto grande, mas leiam. a sério. é uma chamada de atenção para qualquer pessoa que esteja à procura de emprego. não se atirem a qualquer coisa que pode dar mesmo para o torto...

nesta fase da minha vida em que ando a estudar à noite o envio de currículos para todo o tipo de ofertas é quase diário. depois de muita coisa enviada em diversos formatos (para me conseguir diferenciar, claro) eis que sou contactada. a B Strategic, empresa a que me candidatei, contactou-me para marcar uma entrevista. na altura fiquei contente, claro, mas achei estranho terem-me respondido logo aqueles a quem eu tinha enviado o currículo mais básico, que por sinal está péssimo, cheio de páginas e páginas. na altura enviei-o só porque sim. como muitas vezes fazemos quando estamos mesmo à procura de alguma coisa. queremos trabalhar, ganhar dinheiro, e se puder ser a fazer aquilo que gostamos ainda melhor. segunda feira fui à entrevista, primeira fase. quando cheguei tive de preencher uma ficha com os dados pessoais, experiência profissional e afins. achei estranho. tal como achei estranho terem-me chamado tendo eu enviado o meu pior currículo. ok, tudo bem, passou. tudo parecia um mar de rosas. tudo aquilo que eu gostava e ambicionava estava ali disponível. ela, a entrevistadora, perguntava o que cada um de nós gostava, queria e valorizava dentro de uma empresa e de acordo com o que nós dizíamos era precisamente essa oferta deles (que coincidência). todas as perguntas mais específicas sobre a empresa eram só respondidas no dia seguinte se passássemos à segunda fase. bom, só tinha que fazer boa figura, pensava eu, para conseguir passar à fase seguinte. saí nervosa e expectante. será que fico, será que não? ficaram de me ligar por volta das oito da noite, do mesmo dia, a dizer se tinha sido selecionada para a segunda fase. esperei, nervosa, e às oito e meia recebo uma chamada a dizer que passei à segunda fase. yess! boa, ai que bom consegui!! pensei eu. fiquei toda contente claro, porque afinal de contas era mesmo aquilo que eu queria! mas afinal em que consiste a segunda fase de entrevista tão esperada pelos candidatos? passar um dia com a equipa de formadores para ficar a conhecer melhor a empresa e o seu dia a dia. segunda fase, chego de manhã, começamos a andar em direção à rotunda do marquês, a pé (a empresa é na duque de loulé). achei estranho e perguntei onde íamos, porque supostamente íamos ficar no escritório a fazer dinâmicas de grupo etc. respondiam que íamos "só ali". não percebi o que se estava a passar, no entanto continuei. pensava para mim que não podia desistir sem saber do que se tratava. achava estranho, mas ok, vamos ver no que dá. continuámos pelo marquês até uma paragem de autocarro. mau, mas afinal isto é o quê? vamos para onde perguntava eu. nunca respondiam objetivamente, diziam sempre, "vamos ali". já me estava a encaracolar toda. mas mais uma vez não podia desistir sem saber o que dali ia sair. outra questão, eu já não ando de autocarro, portanto já não tenho o passe. disse-lhes que andava de carro que não tinha passe nem moedas para pagar o bilhete da viagem porque tinha gasto as moedas todas no parquímetro e só tinha cartão. ok, eles pagaram-me a viagem (mais valia...). no autocarro começo - eu e o resto dos candidatos - a perceber que estamos a ir para os lados de miraflores. mas porra, vimos aqui fazer o quê? já me estava a chatear e a pensar que tinha que ir embora dali porque coisa boa não ia ser. comecei a perceber que mais uns candidatos estavam na mesma situação que eu. queríamos ir embora mal vissemos uma oportunidade. afinal de contas estávamos a concorrer para fazer door to door (para quem não sabe o D2D consiste em andar de porta em porta a vender um produto/serviço). ali eles eram "do gás". não eram do gás porra nenhuma. eram uma "agência" cujos clientes eram empresas no setor das energias (em princípio tudo falso). começámos a juntar as peças todas do puzzle e percebemos que aquilo era tudo uma corja. o currículo nem o avaliaram. nem olharam para ele. daí eu ter sido selecionada com o meu pior cv. e daí terem pedido para preenchermos aquelas fichas com dados pessoas e experiências profisionais no início logo antes da primeira entrevista. depois pediram-nos para levar o cv impresso. ok, tudo bem, é normal. só não é normal utilizarem essa mesma cópia durante a entrevista. normalmente o recrutador tem uma cópia e nós temos outra. outra peça do puzzle: percebemos que, ao contrário do que eles fazem parecer (e muito bem!!), não fomos selecionados para segunda fase por sermos bons ou diferentes, mas sim por termos caído na primeira armadilha: acreditar que aquela empresa nos oferecia mesmo aquilo que nós queríamos. na fase final só cai quem quer e quem está muito vulnerável. o que é uma vergonha para este país. é tudo uma cambada de atrasados mentais, manipuladores que ganham dinheiro sujo à conta de sabe-se lá o quê. o seu capital social é de um euro. e dá ideia de que sempre que são descobertos ou denunciados mudam o nome da empresa. esta onde fui hoje já teve pelo menos três nomes diferentes: JR Marketing Solutions, Systematic Solutions e B Solutions. pelo menos estes três "já cá cantam". meus queridos, não se deixem enganar. não concorram a qualquer coisa. apostem em empresas certificadas e conhecidas por muito tempo que isso leve. isto é o resultado da merda da crise e do desemprego. pessoas desesperadas acabam por ser enganadas e acabam por embarcar neste poço negro sem fim. não se sabe de onde vem o dinheiro. prometem ascensões de carreira quase instantâneas. quem não quer uma evolução rápida com um salário, aparentemente, apetecível? muita atenção... depois de contar isto a meia dúzia de pessoas percebi que isto é mato. o que não falta por aí são estas empresas-fraude. pesquisem muito bem as empresas antes de irem a uma primeira entrevista. se alguma coisa vos parecer estranha numa primeira instância partam para outra. it's not worth it. 

terça-feira, 13 de outubro de 2015

banho de civismo

hoje vou falar sobre um tema que nunca deixa de ser atual: apanhar o cocó do cãozinho na rua. desde que me lembro da minha existência andar por lisboa é como que jogar constantemente à macaca. temos de andar ao pé cochinho e de vez em quando abrir as pernas e os braços de forma a não perder o equilíbrio para evitar pisar a merda do vosso cãozinho que vocês - porcos e malcriados - não apanham. ontem depois do último passeio da minha cadela, à uma da manhã, reparei que tinha pisado a merda de um dos vossos cãezinhos porque vocês - mais uma vez porcos e malcriados -, não apanharam. ia vomitando a limpar aquilo. eu sei que não é a coisa mais estética do mundo apanhar o cocó do cão na rua. não é bonito. mas também não é bonito limpares o cu quando cagas e no entanto limpas. ou não? vá, vamos lá aprender a viver em sociedade. já nem falo dos bons dias, dos obrigadas, dos por favor. epa, apanha o cocó do teu cão. pelo amor de deus. ou melhor, pelo amor que deves ter pelas pessoas iguais a ti. ou tu gostas de pisar merda na rua?

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

easy, minha gente...

no outro dia percebi que dois mil e dezasseis não está tão longe quanto isso. e já fiquei cheia de comichões só de pensar que mais um ano passou num abrir e fechar de olhos. hoje ainda com mais comichões fiquei quando vi sacos de natal no pingo doce. eram grandes, dourados, com estrelinhas e coisinhas alusivas à época. oh minha gente, muita calma nessa hora. é outubro. eu sei que já chove e tal. mas até nem está frio! não tragam o natal mais cedo do que é suposto. pelize. a sério. é que não é nada agradável.