terça-feira, 31 de março de 2015

a dona crisálida tem algo a dizer

quando eu pensava que a língua portuguesa já estava mais que assassinada ouvi isto. ouçam apenas entre os cinquenta e sete segundos e um minuto e sete. e não é só a língua portuguesa que está assassinada. esta gente tá perdida. e matar é um hobbie. muita atenção com os vizinhos que nunca sabemos quem mora na porta ao lado, está bem? ah o vizinho deitou cigarros para o estendal onde estava secar a cuequinha e a calça do pijama? (sim sim, cuequinha e calça) não tem problema. ah, e sujou a tchért manga cava com a cuspidela mal mandada? oh senhores, não se aborreçam que ainda acabam na cova mais cedo do que esperam. o problema são os discutimentos. as pessoas discutimentam muito. oh minha querida crisálida, a senhora é uma poeta. 

quinta-feira, 26 de março de 2015

afinal de contas ele só queria partilhar a experiência

mas que raio de moda é esta de agora os aviões andarem a cair que nem tordos? umas vezes é por terrorismo, outras por falhas técnicas e outras porque sim. como foi o caso deste último. um tipo decide matar-se, mas como tem um espírito de partilha maior que ele próprio decide que outras pessoas também devem passar pela experiência de se espetarem contra uma montanha. de avião. um momento que agora vou falar com o morto: olha lá meu grande canalha, e se te espetasses no teu carro sozinho contra uma parede? até podias ir bêbado e tudo. até te rias um bocado. agora espetares um avião contra uma montanha e levares cento e cinquenta macacos atrás? (fim da conversa com o morto). este mundo está a ficar doido. será da crise? anda tudo a fritar o miolo? isto não é terrorismo mas é quase. é a seita andreas lubitz limitada. sim, quem é que nos garante que não há mais atrasados mentais destes por aí? o que lhes vale é que se morrer a viajar morro feliz. estou a brincar. tinha que dar aqui um toque especial no meio de tanta desgraça. enfim, tu que te queres matar, emborca mas é duas caixas de ben-u-ron e deixa lá as adrenalinas para a tua segunda vida com os anjinhos. é que ainda há quem goste de andar por cá.  

quarta-feira, 18 de março de 2015

humor e boa disposição é o que se quer

hoje trago-vos coisas novas. a beatriz gosta que é só genial. depois digam que não sou amiga. ora espreitem:


para quem não conseguir ver em cima pode ver aqui. 

"não me interessa ir para a televisão imporem-me limites. já temos 16 episódios gravados, tenho muito material escrito. vai ser sempre construtivo, com umas dicas para as damas e para os damos, ao domingo, em formato ressaca, mas não vai ser sempre na cama. eu é na cama, no sofá, na mesa de jantar, na rua, ao balcão, etc!", diz ela. neste momento estão três vídeos disponíveis. investiguem. aguardemos por mais. e a ti, queridinho ou queridinha, desejo uma noite cheia de sonhos com póneis cor de rosa e purpurinas. 

terça-feira, 17 de março de 2015

que bem que sabe

mal sabe ela que estou a falar dela aqui. e agora. provavelmente nunca vai saber. o que é uma pena. todos os dias passo por ela. é uma querida. a senhora que distribui o jornal destak ali para os lados do rato. é uma brasileira amorosa. já anda por ali há uns tempos. umas vezes aceito o jornal outras nem por isso que se não transformo o baby numa gráfica. ou então numa lixeira. e não pode ser. a querida senhora que distribui o destak - de quem eu não sei o nome - todos os dias me esboça um sorriso carinhoso acompanhado de um bom dia igualmente carinhoso. já me conhece por passar ali todos os dias. e mesmo sabendo que nem sempre aceito o jornal passa por mim ligando o botão de pessoa fofinha que há em mim por momentos. tou a brincar. sou sempre um amor. isto para dizer que gosto muito de passar por lá. gosto muito da senhora. e gosto muito dos seus bons dias. sou uma tipa que liga muito a estas coisas, o que se há de fazer? querida senhora brasileira que distribui o destak no rato, se alguma vez ler isto, sou eu, a joana do smart! 

sábado, 7 de março de 2015

eu morro, tu faleces

hoje venho falar-vos sobre a morte, meus queridos. sim, a morte. ou direi falecimento? uma das coisas que se me encaracolam o cérebro é o problema que as pessoas têm em dizer determinadas palavras. como dizer que o não sei quantos faleceu em vez de morreu. não entendo o porquê de fugir a sete (mil) pés desta palavra tão bonita. pronto, vá. já estou a abusar da sorte. mas vamos lá ver uma coisa. acham que dizer falecer é mais atenuador? não é tão forte como dizer morrer? cá para mim o falecer é só estúpido. ai o não sei quantos faleceu. mas faleceu o quê, pa? morreu. bateu a bota. esticou o pernil. foi-se. é que parece que se tende a utilizar o termo falecer quando se trata da morte (e não do falecimento) de alguém próximo porque atenua qualquer coisa. não sei bem o quê. a dor? não me parece. o impacto? também não. isto de morrer é uma coisa normal minha gente. agora falecer... isso é que é mais grave. e quem está a falecer aos poucos e poucos é o bom uso da língua portuguesa. deixem-se lá de merdas e enfrentem o touro pelos cornos. o cão não faleceu. morreu. o tio de noventa anos não falece. morre. está bem? outra questão muito importante: alguém me consegue explicar o sentido da expressão "adorar de morte"? então, mas afinal a morte (e, mais uma vez, não o falecimento) é um coisa boa ou má? e mais uma: "amar de paixão" - quando se ama já é de paixão. ou não? ama-se de ódio? às tantas... na verdade a culpa de tudo isto é da nossa traiçoeira e complexa língua portuguesa. agente 'tamos sempre a aprender. e quem leu esta última frase sem qualquer tipo de espanto, para mim, é como se tivesse acabado de falecer. beijinhos e continuação! (outra expressão fantástica desta língua maravilhosa).